17 de agosto de 2010

Expiração

          Olho para o mar na esperança de ver a minha alma, a minha vida regressar. Não sei quando voltarás nem onde estarás mas espero estar bem junto do teu coração. Escrevo-te no meu quarto escuro. Escrevo-te porque, se não o fizesse, creio que morria. Sinto mesmo a tua falta. Não há dia nenhum que não me lembre quão bons são os momentos que passámos juntos, quão maravilhosos são os sonhos que construímos. Há um vazio dentro de mim. Sinto que, se pudesse, conseguiria tocar-lhe. É denso, é esmagador. Todos os dias o meu peito é escavado. Todos os dias perco bocados de mim apesar de o exterior permanecer o mesmo. Sou um exterior sem interior. Sinto-me oca. Sou um corpo, simples e reles monte de matéria. A alma? Levaste-a quando partiste.   
        Sento-me na areia molhada. Observo compulsivamente cada onda, na ansiedade de poder ter um pouco de ti. À noite, contemplo o céu estrelado e penso se estarás a ver o mesmo que eu, no mesmo momento que eu; se estarás a contar as mesmas estrelas que eu e se estarás a pensar o mesmo que eu. Perguntas sem resposta. Estás incrivelmente longe, longe. Não consigo mais encostar-me ao teu peito e ouvir o teu coração bater, não consigo abraçar-te sequer. Choro de saudade, de nostalgia, de dor. Choro por te amar.
        Nada. É esta a palavra que mais tem ocupado a minha mente ultimamente. Sinto que não posso fazer nada, que não sou nada, que talvez possas vir a não sentir nada por mim. Impotência, incapacidade, incerteza, insegurança têm-me turvado a racionalidade. Aliás, tenho-me vindo a sentir cada vez mais irracional à medida que te amo cada vez mais.
         Quando voltas? Quando volto a mergulhar os meus olhos nos teus? Quando volto a sentir o sabor salgado do mar da tua pele? Uma vez mais, perguntas sem resposta. Até lá, deixo-me cair na cama e fico inexpressiva. A minha mente está em ti, o meu olhar está perdido em algo que não consigo identificar. Estou presa a ti pelo verbo “sentir”. E dói.
       Não te quero entristecer, nem tão pouco que te preocupes comigo. Quero que me ames e nada mais. Isso já me chega, é tudo o que preciso.  ♥                           

16 comentários:

Anónimo disse...

Olá

O que pensas da Oriflame? Já experimentaste algum produto?
Se seguidora e partilha o que pensas :)
beijinho
www.orimoda.blogspot.com

beatrizmr disse...

Odoro Oscar Wilde, adoro, adoro, adoro. xD

Anónimo disse...

gostei*

Vera Lazera disse...

São espectacular, amo-os!
Gostei L* (ai esta musica **)

Reptil xP disse...

Gostei imenso de ler o teu texto. Pareces-me que para alem de conheceres os sentimentos ( e de os saberes decrever muito bem), conheces o teu "eu". Isso é bom, muito bom... Continua assim e nunca deixes de escrever!
Beijinhos,
Ana Rita

g disse...

Oh, gostei tanto deste texto. E a música é linda :)

ic disse...

Gostei bastante :)

Um beijinho*

PauloSilva disse...

Gosto da tua maneira racional de escrever :)

Vera Lazera disse...

Ela é uma grande escritora mesmo, adoro a forma como ela escreve..
É ISSO MESMO, eu adoro tanto a onda indie dele! é tão viciante, ele consegue mesmo deixar-me com um sorriso!

Anónimo disse...

bigada:D

eu tbm vou te seguir:D

escreves muito bem linda*

Anónimo disse...

selinho para ti no meu blog:D

Anónimo disse...

adorei, completamente

Joana disse...

oobrigada querida .
também gostei muito do teu , mesmo .
vou seguir também .

Anónimo disse...

obrigada (:
gostei :b
SEGUI *

Tjiagô disse...

Acho que já há muito tempo dei uma opinião sobre o texto deste pequeno excerto, portanto, passando à frente ... ^^"

Convém lembrar que quem está no mar passa por muita coisa, incluindo fogos de santelmo, mares agitados e trombas de águas, e é preciso fazer-se forte para ultrapassar isso tudo. Nem todo o mal está em terra, bem pelo contrário .s


Beijo grande ;D

Rui Águas disse...

gostei ^^