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26 de dezembro de 2011

Obrigada 2011. 2012, és bem-vindo.


2011 está perto do fim. Com ele encerram-se momentos, sorrisos, memórias, lágrimas, surpresas, desilusões, emoções. 2011 redefiniu-me enquanto pessoa, moldou a minha personalidade. 2011 preparou-me para 2012 e para os que se seguem. 
Em 2011 tomei decisões importantes, fiz promessas para a vida. Evoluí profissionalmente - alcancei metas, superei-me, senti o sabor da realização. Em 2011 sonhei, impus novos limites que estão à espera de ser ultrapassados. 

2012, recebo-te de braços abertos. 
Peço sorrisos. E lágrimas. São elas que nos fazem crescer. 

3 de outubro de 2011

Nostalgia do meu bem perdido - 2

Desço a ravina aos solavancos e um cheiro doce a uvas maduras desperta-me os sentidos. Folhas secas povoam o chão e eu sigo o meu percurso de memórias guardadas. Ao longe, ouço o som abafado de conversa de vizinhas pautada pelo murmúrio das aves. Há maças caídas no quintal, galinhas a esgaravetar, um cão que ladra de saudade, uma sardanisca no muro, um gato vadio ao sol.
Verde, amarelo, bege e azul são as cores que preenchem esta paisagem bucólica dominada por uma discreta pacatez tão característica. As árvores deixam-se levar pela brisa suave, quente. Eu também. A melancolia invade-me aos poucos, como se pedisse permissão para levar cada pedaço meu. Sinto-me livre, despreocupada. Como se esta ambiência me levasse para bem longe e me enchesse a alma de sossego. Mas outrora não era assim ...
E a descida íngreme continua, ladeada por ervas daninhas donas de uma beleza única e rebelde.
Fecho os olhos. Há coisas de que não me quero lembrar. E entretanto sinto o aroma leve de despedida. Aroma de infância perdida.

28 de setembro de 2011

Nostalgia do meu bem perdido - 1

Caminho pelas pedras gastas da calçada. Cada uma delas traz uma memória à minha cabeça. Caminho lentamente com a solidão, com a mente embebida em sonhos, rercordações, pedaços de mim que se perderam há muito tempo. Ao pisar as pedras da calçada, tudo se reúne novamente, como se o meu interior fosse um colar de pérolas que quebrou.
As pérolas esparsas vão-se juntando. Ganham um brilho enternecedor. E os olhos enchem-se de lágrimas e um sorriso é pintado nos lábios.
E eu que caminho aos solavancos pelas pedras cinzentas, imundas e gastas da calçada olho em frente com o coração a bater velozmente. Contemplo o rio. E quantas lembranças me traz.
Inspiro profundamente. De imediato, o meu olfacto delicia-se com um aroma tão característico. Cheira à casa da avó. Cheira a eucaplito, a cebola de refogado, a praia fluvial, a uvas maduras, a ervas daninhas, a flores de mil cores. Cheira a infância.

13 de junho de 2011

Pensar é destruir



« Pensar é destruir. O próprio processo do pensamento o indica para o mesmo pensamento, porque pensar é decompor. Se os homens soubessem meditar no mistério da vida, se soubessem sentir as mil complexidades que espiam a alma em cada pormenor da acção, não agiriam nunca, não viveriam até. Matar-se-iam de assustados, como os que se suicidam para não ser guilhotinados no dia seguinte. »

Por Bernardo Soares (heterónimo de Pessoa) in O Livro do Desassossego


Odeio quando os meus pensamentos me encontram. 

6 de abril de 2011

Coisas que o vento leva


Somos fruto das nossas decisões, semeamos vontades e desejos. Soltamos sonhos por aí e, por vezes, perdemos-lhes o rasto.

5 de março de 2011

Dia 15 - A música que ouves quando estás feliz

Don't Know Why - Norah Jones


felicidade: estado de quem é feliz; contentamento; bem-estar. acontecimento feliz; bom êxito. boa fortuna; sorte; ventura.  

20 de fevereiro de 2011

Dia 11 - A música que ninguém espera que gostes

Chopin - Opus 9 número 2



"Put all your soul into it, play the way you feel!"

Concordo plenamente com Chopin - quando se tem a audácia e a inteligência para chegar perto de um instrumento musical, deve-se fazer com que este transcreva copiosamente o que nos vai na alma. A verdadeira música não é composta por notas, claves ou pautas mas sim por dor, sofrimento, êxtase, alegria. Porque não sentimos o dó, o ré, o mi; sentimos angústia, medo, felicidade, esperança.
É por isso que ouvir Chopin mexe tanto comigo. Quando o faço, não ouço simplesmente uma melodia, um conjunto de notas lindíssimas - ouço os sentimentos de outro alguém e, através disso, consigo ouvir os meus. Mergulho dentro de mim.
Apesar de esta música transmitir tristeza, é sempre uma honra poder ouvi-la. É, simplesmente, uma obra-prima. Talvez a minha opinião seja suspeita devido ao facto de ter aprendido piano durante três anos e ter ficado dentro de mim aquele bichinho. Ultimamente tenho pensado muito no quão me arrependo de ter abandonado as aulas e confesso que uma parte de mim quer voltar apesar de todos os anos que já passaram.
Quem sabe, um dia.

19 de fevereiro de 2011

Dia 10 - A música da tua banda favorita

Stop Crying Your Heart Out - Oasis


'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Introspectiva. É assim que fico quando ouço esta música. Penso seriamente na vida. Passa-me diante dos olhos, como uma rajada, momentos que já vivi, assim como leves desejos que quero muito que o futuro me traga no seu bolso imperceptível. Quero ter a oportunidade de realizar esses pequenos sonhos, criados algures num esconderijo do meu cérebro, que cada vez se tornam mais emergentes. Todos nós iremos morrer, é o destino fatal dos comuns mortais. Mas já que não se pode escapar a tal fado, realizemos esses pequenos pedaços de ambição enquanto há tempo. Talvez esta mera existência ganhe uma nova cor, um tom mais doce.
Ao som desta música já ponderei diversas decisões que tive de tomar, algumas bem difíceis. Consegui relaxar, abstrair-me, ver com clareza os prós e contras. Consegui anestesiar-me da realidade e como é bom! Por vezes tenho uma necessidade suprema de ficar só comigo mesma, de me encontrar comigo. É uma espécie de catarse que me permite redefenir as minhas fronteiras, os meus objectivos, o meu verdadeiro eu.
Obrigada Oasis por serem uma banda de momentos. Porquê? Porque estão presentes na minha vida nos bons e nos maus momentos, sendo a banda sonora da minha vida. Obrigada.

18 de fevereiro de 2011

Dia 9 - A música que te faz adormecer

Stay - Alt Ctrl Sleep



Stay with me for always
Stay, in time, forever
Stay, and I can love you
Stay with me forever
Stay, in time, for always


Uma melodia suave, doce. Carinhosa quando se sente a falta de quem se ama; reconfortante quando se está triste.
Um autêntico calmante para uma alma em contínua reviravolta.

16 de fevereiro de 2011

Dia 7 - A música que te faz lembrar um evento

I'm Easy - Faith No More


Esta música foi a banda sonora do acampamento do Verão de 2010.
Viana do Castelo estava à nossa espera.
Sol a bater na pele até escaldar. Azul forte da piscina. Céu risonho, ligeiramente escondido pelos ramos finos e delgados dos pinheiros. Areia fina da praia. Ondas que enrolavam em tubo, muito calmamente. O horizonte em tons laranja forte, povoado de parapentes. Jogar Trivial Pursuit ou cartas debaixo de um tecto incrivelmente estrelado.
Melhor Verão. Melhor Acampamento. Melhores Amigos. 

(foto tirada em segredo na praia de Viana)

8 de fevereiro de 2011

Dia 4 - A música que te põe triste

What If - Coldplay

What if there was no light.
Nothing wrong, nothing right.
What if there was no time?
And no reason or rhyme?
What if you should decide
That you don't want me there by your side.
That you don't want me there in your life.

What if I got it wrong?
And no poem or song..
Could put right what I got wrong,
Or make you feel I belong
What if you should decide
That you don't want me there by your side
That you don't want me there in your life.

Entristece-me, põe-me a pensar naquilo que mais temo - que me deixes, que me abandones devido a um desígnio ou um qualquer capricho do destino. Ao mesmo tempo, é uma música lindíssima, com uma letra para saborear aos poucos, para nos deixarmos levar com ela. Adoro ouvi-la de olhos fechados, no escuro, ou então quando vou sozinha no metro e me perco em pensamentos. Também gosto de olhar para o ambiente que me rodeia, para toda a azáfama que se passa, para todo o furor de vida que entra, que sai, que ferve em correria. 
Apesar de os acordes tristes que a marcam, deixa, ao mesmo tempo, um leve tom de esperança que aquece
o coração, que leva a ponderar sobre muita coisa.
Simplesmente uma boa companhia.