"Acabei" - disse ela para si mesma, com orgulho. O quadro finalmente estava pronto e correspondia àquilo com que ela havia sonhado. Resumindo, estava perfeito. O Sol entrava alegremente pela janela e o vento afastava, de forma tímida e leve, a cortina de cor pérola. Via-se pó no ar e sentia-se o cheiro de tinta fresca. Sentada num banco velho, de madeira, estava ela, contemplando a sua obra de arte. Os seus olhos espelhavam a satisfação que a alma sentia e ia esboçando sorrisos tolos. Estava feliz. A meta havia sido cortada, o troféu era dela, o pódio também. Como é bom sentir o sabor da glória.
Contudo, em poucos minutos a felicidade tinha partido para um lugar distante e duas lágrimas grossas caíam, de par em par. Dona de um sorriso desbotado, os seus olhos pareciam rodeados por uma camada grossa de tinta da china, que escorria; o seu tom de pele havia perdido a vitalidade natural e agora era pálido como a neve gelada.
Desequilibra-se do banco e fica no chão, imóvel, a assistir ao passar do tempo na esperança de que as horas lhe levassem os estilhaços de uma alma lacerada pela angústia, pela incerteza, pela ausência.
Sempre que ela se olhava ao espelho, não se reconhecia. Tinha-se perdido no labirinto do seu interior e já não sabia como encontrar a saída. Talvez porque a saída se fechou. Talvez porque já não há caminho de regresso. Talvez porque só uma pessoa a pode tirar do chão, abraçá-la e abrir-lhe a porta que ela própria não encontra.
Se isso acontecer, ela vai sorrir de novo, vai correr pelo campo de feno e encher o cabelo com flores de mil cores. A porta que teima em fechar-se vai ser destruída. O verbo "sorrir" passará a integrar o seu quotidiano e juntar-se-à ao verbo "amar", o único que nunca a abandonou.
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17 de agosto de 2011
30 de abril de 2011
15 de março de 2011
carpediem.
A morte é a mãe da vida.
Curioso como o tempo de uma mera existência pode ser medido com grãos de areia de uma ampulheta, como vivemos um segundo e desperdiçamos dois, como a vontade de voltar atrás, de reviver ou simplesmente esquecer é algo tão marcante.
Neste mundo, ou melhor, nesta bola azul perdida num espaço infinito, tudo tem uma razão. Ou será que o nada é a razão de tudo? Certo é a vida e a morte. Morremos para nascer. Nascemos para morrer. Este é o único e vil propósito pelo qual temos uma alma fechada num corpo, um leque de possibilidades de escolha, um determinado número de grãos de areia na ampulheta do destino.
Carpe Diem.
2 de março de 2011
1 de março de 2011
27 de fevereiro de 2011
metamorfose.
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Quero atirar para bem longe o que tenho cá dentro, sair de mim; conseguir agarrar o meu interior despejado algures e moldá-lo ao sabor do vento, da razão, da emoção.
Sabes ? Por vezes os fios que me tecem dão um nó. Eu bem que o tento desamarrar mas o tempo que isso leva traz consequências. Quero trocá-los por outros bem melhores, pintá-los à minha maneira e fazer com que nunca mais se enlacem. O meu objectivo é tentar ser o mais perfeita que puder dentro dos limites da imperfeição da espécie humana. Quero ser a larva feia que dá origem à borboleta de uma beleza única. Quero ser o reflexo dos teus sonhos.
Perdoa-me as lágrimas.
Lembra-te que são as palavras que o coração não consegue dizer.
Perdoa-me.
Lembra-te que são as palavras que o coração não consegue dizer.
Perdoa-me.
24 de fevereiro de 2011
Dia 12 - A música que te descreve
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Live Forever - Oasis
Maybe I don't really want to know
How your garden grows
'Cause I just want to fly
Lately, did you ever feel the pain?
In the morning rain
As it soaks it to the bone?
Maybe I just want to fly
I want to live, I don't want to die
Maybe I just want to breathe
Maybe I just don't believe
Maybe you're the same as me
We see things they'll never see
You and I are gonna live forever
I said maybe I don't really want to know
How your garden grows
'Cause I just want to fly
And lately, did you ever feel the pain
In the morning rain
As it soaks it to the bone?
Maybe I will never be
All the things that I want to be
But now is not the time to cry
Now's the time to find out why
I think you're the same as me
We see things they'll never see
You and I are gonna live forever
19 de fevereiro de 2011
Dia 10 - A música da tua banda favorita
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Stop Crying Your Heart Out - Oasis
'Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Introspectiva. É assim que fico quando ouço esta música. Penso seriamente na vida. Passa-me diante dos olhos, como uma rajada, momentos que já vivi, assim como leves desejos que quero muito que o futuro me traga no seu bolso imperceptível. Quero ter a oportunidade de realizar esses pequenos sonhos, criados algures num esconderijo do meu cérebro, que cada vez se tornam mais emergentes. Todos nós iremos morrer, é o destino fatal dos comuns mortais. Mas já que não se pode escapar a tal fado, realizemos esses pequenos pedaços de ambição enquanto há tempo. Talvez esta mera existência ganhe uma nova cor, um tom mais doce.
Ao som desta música já ponderei diversas decisões que tive de tomar, algumas bem difíceis. Consegui relaxar, abstrair-me, ver com clareza os prós e contras. Consegui anestesiar-me da realidade e como é bom! Por vezes tenho uma necessidade suprema de ficar só comigo mesma, de me encontrar comigo. É uma espécie de catarse que me permite redefenir as minhas fronteiras, os meus objectivos, o meu verdadeiro eu.
Obrigada Oasis por serem uma banda de momentos. Porquê? Porque estão presentes na minha vida nos bons e nos maus momentos, sendo a banda sonora da minha vida. Obrigada.
18 de fevereiro de 2011
Dia 9 - A música que te faz adormecer
Stay - Alt Ctrl Sleep
Stay with me for always
Stay, in time, forever
Stay, and I can love you
Stay with me forever
Stay, in time, for always
Uma melodia suave, doce. Carinhosa quando se sente a falta de quem se ama; reconfortante quando se está triste.
Um autêntico calmante para uma alma em contínua reviravolta.
Um autêntico calmante para uma alma em contínua reviravolta.
17 de fevereiro de 2011
Dia 8 - A música que te faz dançar
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Segundo Bernard Shaw, "a dança é uma tentativa muito rude de penetrar no ritmo da vida". Rude ou subtil, nunca deixará de ser o meu ponto fraco. Desde que me conheço que tenho uma grande dificuldade em dançar, em decorar coreografias ou afins. É um grande desgosto meu, adorava que o meu corpo se conseguisse embeber de um ritmo qualquer por aí perdido e que tivesse a capacidade de gerar movimentos harmoniosos, dignos de admiração por parte do público em geral. Mas não.
Contudo, esta música desperta a minha vontade de dançar, que tento ignorar, dado que já sei de antemão que o panorama não será dos melhores. Só quando estou sozinha é que me deixo levar completamente por ela; o seu ritmo veloz entra directamente nas veias, conduzindo os meus músculos. Não me importo com a descordenação, nem tão pouco com o que estou a fazer.
A minha alma dança por si.
A minha alma dança por si.
3 de fevereiro de 2011
leves pedaços de tempo.
O mundo circulava, rodava sobre si mesmo, num tom invernal. Contudo, naquele pedaço de tempo, o Sol saboreou a nossa pele, a nossa alma e aqueceu, iluminou tudo. Bem sabes que as pessoas circulavam envoltas nos seus casacos, aconchegando-se ligeiramente na roupa que envergavam, na azáfama do tempo. Mas nós, estavamos despojados de tudo, num outro universo, só nosso, que o Sol aquecia.
Foi reconfortante, sabes? Foi bom ver que apesar da nuvem gigante e pesada que se agarrou a nós se foi embora, subtilmente. Senti-me bem longe de tudo e de todos, só contigo, algures.
Não importa onde; não importa quando. Só tu importas.
You're so fucking special.
30 de janeiro de 2011
it's up to everyone.
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Por muita tristeza que se possa sentir, por muita mágoa, agonia, desespero, há sempre uma saída.
Mesmo que a vida te atire, com toda a sua brutidão e agressividade, para um labirinto sem saída, acaba-se sempre por escavar, com as próprias mãos, um buraco para fugir. Porque ninguém pode resolver os problemas dos outros, tem de partir de DENTRO, só temos de saber procurar bem. Pode não parecer real, mas o nosso interior é bastante vasto, tanto que há partes de nós que ainda não conhecemos e que só descobrimos quando sentimos algo que nunca tinhamos experienciado anteriormente.
É a VIDA, essa tela em branco que vamos colorindo, a cada breve segundo, que nos desperta, que nos atira para um beco sem saída, que nos faz chorar, sofrer, que nos atira contra a parede e nos quebra. E é o nosso interior, o nosso DENTRO, que nos reconstrói, que junta os pedaços da nossa alma partida violentamente em mil pedaços. Depois disto, ficamos mais fortes mas a cicatriz lá fica, por muito que a disfarcemos. Lá está ela, a relembrar o passado, feia. Contudo, é ela que nos permite não voltar a cometer os mesmos erros. Assim, podemos pegar no vento da vida e fazer com que este leve o nosso barco onde mais queremos para que possamos agarrar os sonhos com as nossas próprias mãos.
It's up to me, it's up to you, it's up to everyone.
27 de janeiro de 2011
Completas-me. Refazes-me.
És o meu sorriso, os meus beijos, o meu olhar, o palpitar do meu coração, os meus sentimentos e emoções.
Resumindo, és a razão pela qual continuo a enfrentar os meus medos, os meus anseios. És a razão pela qual continuo a aceitar novos desafios e a desafiar-me continuamente. Contigo, as minhas lágrimas desaparecem e a minha mágoa é absorvida. Fazes-me esquecer tudo o que me preocupa e enquanto estás comigo, tudo se esfuma, tudo parece muito melhor. És a única pessoa que me liberta por completo.
És a minha droga e garanto-te que já não consigo viver sem ti ♥.
Desculpa-me, perdoa-me se, por vezes, a minha tristeza fala mais alto mas é que em alguns momentos é demasiado forte. É injusto para ti, eu sei, mas peço que me compreendas e que me ajudes; que passes a tua mão pela minha face e pelo meu cabelo (não imaginas como esse simples gesto teu pode fazer-me tão bem).
Já sabes que estarei aqui para ti, ininterruptamente.
É para Sempre, já disse ♥
26 de janeiro de 2011
desabafo.
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Confusão. Tristeza. Vontade de chorar. Desorientação.
A minha mente está um quarto desarrumado, com gavetas arrancadas dos armários, estateladas no chão. Lembranças espalhadas, perdidas num chão de nenhures (ou algures?).
Há que encontrar a ordem no caos. Ou não.
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