A sensação catártica da escrita, de quebrar margens e alargar horizontes, de trazer para fora o que é de dentro, de ser uma alma ironicamente perdida, dona de uma liberdade absoluta.
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20 de julho de 2012
3 de outubro de 2011
Nostalgia do meu bem perdido - 2
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Desço a ravina aos solavancos e um cheiro doce a uvas maduras desperta-me os sentidos. Folhas secas povoam o chão e eu sigo o meu percurso de memórias guardadas. Ao longe, ouço o som abafado de conversa de vizinhas pautada pelo murmúrio das aves. Há maças caídas no quintal, galinhas a esgaravetar, um cão que ladra de saudade, uma sardanisca no muro, um gato vadio ao sol.
Verde, amarelo, bege e azul são as cores que preenchem esta paisagem bucólica dominada por uma discreta pacatez tão característica. As árvores deixam-se levar pela brisa suave, quente. Eu também. A melancolia invade-me aos poucos, como se pedisse permissão para levar cada pedaço meu. Sinto-me livre, despreocupada. Como se esta ambiência me levasse para bem longe e me enchesse a alma de sossego. Mas outrora não era assim ...
E a descida íngreme continua, ladeada por ervas daninhas donas de uma beleza única e rebelde.
Fecho os olhos. Há coisas de que não me quero lembrar. E entretanto sinto o aroma leve de despedida. Aroma de infância perdida.
Verde, amarelo, bege e azul são as cores que preenchem esta paisagem bucólica dominada por uma discreta pacatez tão característica. As árvores deixam-se levar pela brisa suave, quente. Eu também. A melancolia invade-me aos poucos, como se pedisse permissão para levar cada pedaço meu. Sinto-me livre, despreocupada. Como se esta ambiência me levasse para bem longe e me enchesse a alma de sossego. Mas outrora não era assim ...
E a descida íngreme continua, ladeada por ervas daninhas donas de uma beleza única e rebelde.
Fecho os olhos. Há coisas de que não me quero lembrar. E entretanto sinto o aroma leve de despedida. Aroma de infância perdida.
10 de setembro de 2011
Contradição
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Pequenas gotas de água caem timidamente do céu. Céu esse que se encontra decorado por pedaços de algodão de tom cinzento. O vento atira as folhas umas contra as outras, obrigando-as voar pelos ares até caírem delicadamente no chão. A última viagem.
Respira-se melancolia. Poucas pessoas ocupam os passeios das ruas.
Apesar de toda esta apatia, quero ir lá para fora, quero ter de fugir da chuva, quero ter um destino para alcançar, quero ter um propósito.
Por muito ridículo que possa parecer, sinto falta das responsabilidades, de acordar cedo, de ter de andar apressadamente para cumprir um horário. Sinto falta da adrenalina de ter de fazer mil e uma coisas num curto espaço de tempo. Sinto falta dos desafios do quotidiano.
Estou prestes a ter tudo isso. O tique-taque do relógio vai dominar de novo a minha vida, as minhas emoções e decisões.
E já sei que daqui a uns tempos vou estar de joelhos a rezar por férias.
Haja quem me entenda.
2 de agosto de 2011
um lugar vazio.
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Há alguns dias que me encontro a flutuar num sítio que não conheço. Luto contra mim mesma, bato com os punhos cerrados na mesa de madeira, tomo decisões. Rodo vezes sem conta, tento sair deste lugar sufocante, claustrofóbico. Apercebo-me de que estou a remar contra a maré.
Continuo a deriva, sei de mim e não me encontro. Olho para o relógio mas o Tempo castiga-me e as horas passam, uma a uma, vagarosamente e de forma amarga.
Um grito reprimido, uma dezena de lágrimas que percorrem a face e molham os lábios. Desespero.
E os ponteiros do relógio que mal se movem ? E o Sol que tarda em se pôr ?
Deixo-me levar pela corrente que o Destino pré-definiu. Porque dói lutar inutilmente.
Um dia acordo, abro os olhos e vejo-te a sorrir para mim. Nesse momento farás de mim a pessoa mais feliz do Universo, garanto-te.
A Saudade corrói.
13 de junho de 2011
Pensar é destruir
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« Pensar é destruir. O próprio processo do pensamento o indica para o mesmo pensamento, porque pensar é decompor. Se os homens soubessem meditar no mistério da vida, se soubessem sentir as mil complexidades que espiam a alma em cada pormenor da acção, não agiriam nunca, não viveriam até. Matar-se-iam de assustados, como os que se suicidam para não ser guilhotinados no dia seguinte. »
Por Bernardo Soares (heterónimo de Pessoa) in O Livro do Desassossego
Odeio quando os meus pensamentos me encontram.
30 de abril de 2011
20 de abril de 2011
desabafo do coração, reflexo da razão.
X senta-se, depois levanta-se. Enche de passos o corredor exíguo, abafado, quase sufocante. Y roda impacientemente, entre os dedos, a sua garrafa agora vazia. Cruza e descruza as pernas, arranja-se na cadeira de madeira gasta, reles, tentando encontrar conforto onde nunca houve nem haverá. M suspira, abre o seu caderno e arranca violentamente uma folha. Começa a escrever suavemente e as gotas de suor que lhe caem do rosto tingem e misturam-se com a tinta que suporta as palavras. Palavras de raiva, de amor, amizade? Não se sabe. R chegou, olha em volta, sente-se desorientado. Provavelmente não esperaria que tal ambiente lhe pesasse tanto nos ombros, que quase o empurrasse de encontro ao chão de tacos levantados, empoeirado, sujo. Q olha X de cima a baixo, focando-se com mais pormenor no rosto. Deve conhecê-lo de algum lado, contudo, tudo se mantém constante, nada acontece. Como se todos fosses bichos embalsamados arrumados em prateleiras velhas, esquecidas algures no tempo, no espaço.
E eu que sou vidro partido na pedra, que senti os nervos à flor da pele, que estalei, estou aqui sentada a escrever. De vez em quando quebro. Aí pego nas letras e amarro-as umas às outras debaixo do chicote do meu pensamento, da minha imaginação. Escrevo para me reencontrar, para que os meus pedaços voltem a formar uma unidade. Não quero ser como as pérolas do colar que arrebentou e que agora estão dispostas, aleatoriamente, no chão à espera que alguém lhes confira uma ordem própria, um rumo.
Não sei quantos tique-taques serão necessários até tudo voltar à normalidade, por isso escrevo e sou livre. Escrevo e amarro palavras. Escrevo e conserto o que está partido. Escrevo e quebro o que inútil.
Vem molhar-me chuva, vem ser a catarse da minha razão. Beija-me amor, leva-me daqui, leva-me para onde os teus beijos quiserem. Mas leva-me. Abraça-me, faz com que eu sinta que consigo tocar, agarrar o que nos envolve. Quero sentir-te comigo, quero sentir-te mais do que nunca. Preciso de ti. Sem ti a vida fica distante e o sorriso não volta. Sem ti tudo é negro. Sem ti não vale a pena. És a minha Vida.
6 de abril de 2011
Coisas que o vento leva
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Somos fruto das nossas decisões, semeamos vontades e desejos. Soltamos sonhos por aí e, por vezes, perdemos-lhes o rasto.
27 de março de 2011
20 de março de 2011
Dia 16 - A música que ouves quando estás triste
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Fix You - Coldplay
When you try your best, but you don't succeed,
When you get what you want, but not what you need,
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse
And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you
And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try, you'll never know
Just what you're worth.
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try, to fix you.
Tears stream down your face,
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I...
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I...
Lights will guide you home
And ignite your bones
I will try to fix you...
Descrição pura da tristeza. Um manual de instruções para a recuperação. Um ombro amigo. Uma luz no fundo do túnel.
15 de março de 2011
carpediem.
A morte é a mãe da vida.
Curioso como o tempo de uma mera existência pode ser medido com grãos de areia de uma ampulheta, como vivemos um segundo e desperdiçamos dois, como a vontade de voltar atrás, de reviver ou simplesmente esquecer é algo tão marcante.
Neste mundo, ou melhor, nesta bola azul perdida num espaço infinito, tudo tem uma razão. Ou será que o nada é a razão de tudo? Certo é a vida e a morte. Morremos para nascer. Nascemos para morrer. Este é o único e vil propósito pelo qual temos uma alma fechada num corpo, um leque de possibilidades de escolha, um determinado número de grãos de areia na ampulheta do destino.
Carpe Diem.
27 de fevereiro de 2011
metamorfose.
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Quero atirar para bem longe o que tenho cá dentro, sair de mim; conseguir agarrar o meu interior despejado algures e moldá-lo ao sabor do vento, da razão, da emoção.
Sabes ? Por vezes os fios que me tecem dão um nó. Eu bem que o tento desamarrar mas o tempo que isso leva traz consequências. Quero trocá-los por outros bem melhores, pintá-los à minha maneira e fazer com que nunca mais se enlacem. O meu objectivo é tentar ser o mais perfeita que puder dentro dos limites da imperfeição da espécie humana. Quero ser a larva feia que dá origem à borboleta de uma beleza única. Quero ser o reflexo dos teus sonhos.
Perdoa-me as lágrimas.
Lembra-te que são as palavras que o coração não consegue dizer.
Perdoa-me.
Lembra-te que são as palavras que o coração não consegue dizer.
Perdoa-me.
22 de fevereiro de 2011
Introspecção
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"A vida é tecida com linho: um fio de dor, um fio de ternura.
Eu intrometo-lhe sempre um fio de sonho.
Raul Brandão
8 de fevereiro de 2011
Dia 4 - A música que te põe triste
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What If - Coldplay
What if there was no light.
Nothing wrong, nothing right.
What if there was no time?
And no reason or rhyme?
What if you should decide
That you don't want me there by your side.
That you don't want me there in your life.
What if I got it wrong?
And no poem or song..
Could put right what I got wrong,
Or make you feel I belong
What if you should decide
That you don't want me there by your side
That you don't want me there in your life.
Entristece-me, põe-me a pensar naquilo que mais temo - que me deixes, que me abandones devido a um desígnio ou um qualquer capricho do destino. Ao mesmo tempo, é uma música lindíssima, com uma letra para saborear aos poucos, para nos deixarmos levar com ela. Adoro ouvi-la de olhos fechados, no escuro, ou então quando vou sozinha no metro e me perco em pensamentos. Também gosto de olhar para o ambiente que me rodeia, para toda a azáfama que se passa, para todo o furor de vida que entra, que sai, que ferve em correria.
Apesar de os acordes tristes que a marcam, deixa, ao mesmo tempo, um leve tom de esperança que aquece
o coração, que leva a ponderar sobre muita coisa.
Simplesmente uma boa companhia.
3 de fevereiro de 2011
leves pedaços de tempo.
O mundo circulava, rodava sobre si mesmo, num tom invernal. Contudo, naquele pedaço de tempo, o Sol saboreou a nossa pele, a nossa alma e aqueceu, iluminou tudo. Bem sabes que as pessoas circulavam envoltas nos seus casacos, aconchegando-se ligeiramente na roupa que envergavam, na azáfama do tempo. Mas nós, estavamos despojados de tudo, num outro universo, só nosso, que o Sol aquecia.
Foi reconfortante, sabes? Foi bom ver que apesar da nuvem gigante e pesada que se agarrou a nós se foi embora, subtilmente. Senti-me bem longe de tudo e de todos, só contigo, algures.
Não importa onde; não importa quando. Só tu importas.
You're so fucking special.
1 de fevereiro de 2011
Cansaço.
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Cansaço. Cansaço. Cansaço. Por muito que tena descrever o meu estado de espírito, só me ocorre esta simples e miserável palavra: Cansaço.
Só me apetece deitar-me ao teu lado, deixar que os teus braços me apertem e adormecer assim. Pouco me importa que tudo o resto me passe ao lado, que o tempo corra e eu permaneça quieta, no mesmo sítio.
Se ele corre, um dia também se cansará. Como eu.
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