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20 de junho de 2012

pórtico


O mar bate na encosta e os sargaços que outrora integravam o "eu" estão à superfície, balouçam sem rumo.
A minha vontade leva-me para terras onde a natureza floresce e se exibe ao primeiro raio de sol; o meu dever acorrenta-me aqui e faz-me sangrar por dentro.
Por isso uso a máscara já gasta, de outros carnavais, outras instâncias de dor.
O problema é que ela acaba sempre por cair.
Na solidão.

10 de junho de 2011

QUERO


Sinto necessidade de mudar. Mudar a minha forma de pensar, de agir, de estar. Quero renovar-me, ser alguém com quem me sinta bem - alguém que olhe a vida com optimismo, sem medos, apenas sorrisos. Quero conseguir aproveitar o prazer de cada momento, disfrutar de todas as coisas boas que a vida pode oferecer. Quero sentir que sou útil à sociedade, sentir que não sou apenas mais um. Quero marcar a diferença. Quero formatar o meu interior, acabar com o sistema pré-definido que me impuseram. Quero personalizar-me. Quero encontrar-me.
Apatia, estou cansada desta apatia. Cansada de medos, receios, anseios. Cansada de pensamentos negativos, de obcessões intermináveis que roubam pedaços de vida. Vida essa que poderia ser aproveitada para viver, para realizar todos os sonhos que tenho guardado dentro daquela caixa que todos temos. Dentro.
Vai custar, vai doer, vai demorar. Não quero saber. É gritante. Não vou continuar a fugir, não voltar a optar pelo caminho fácil. Quero sentir a dor da pedras do caminho nos meus pés descalços.
Quando chegar ao fim, vou sorrir.

2 de março de 2011

limite.


                        Encontro-me algures numa 
                                                                         ponte
                                                                                          suspensa.

1 de março de 2011

27 de fevereiro de 2011

metamorfose.


Quero atirar para bem longe o que tenho cá dentro, sair de mim; conseguir agarrar o meu interior despejado algures e moldá-lo ao sabor do vento, da razão, da emoção.
Sabes ? Por vezes os fios que me tecem dão um nó. Eu bem que o tento desamarrar mas o tempo que isso leva traz consequências. Quero trocá-los por outros bem melhores, pintá-los à minha maneira e fazer com que nunca mais se enlacem. O meu objectivo é tentar ser o mais perfeita que puder dentro dos limites da imperfeição da espécie humana. Quero ser a larva feia que dá origem à borboleta de uma beleza única. Quero ser o reflexo dos teus sonhos.

Perdoa-me as lágrimas.
Lembra-te que são as palavras que o coração não consegue dizer.
Perdoa-me.

17 de fevereiro de 2011

Dia 8 - A música que te faz dançar

Ironicamente, Don't Feel Like Dancin' - Scissor Sisters




Segundo Bernard Shaw, "a dança é uma tentativa muito rude de penetrar no ritmo da vida". Rude ou subtil, nunca deixará de ser o meu ponto fraco. Desde que me conheço que tenho uma grande dificuldade em dançar, em decorar coreografias ou afins. É um grande desgosto meu, adorava que o meu corpo se conseguisse embeber de um ritmo qualquer por aí perdido e que tivesse a capacidade de gerar movimentos harmoniosos, dignos de admiração por parte do público em geral. Mas não.
Contudo, esta música desperta a minha vontade de dançar, que tento ignorar, dado que já sei de antemão que o panorama não será dos melhores. Só quando estou sozinha é que me deixo levar completamente por ela; o seu ritmo veloz entra directamente nas veias, conduzindo os meus músculos. Não me importo com a descordenação, nem tão pouco com o que estou a fazer.
A minha alma dança por si.

25 de janeiro de 2011

Hoje não é o dia.



Um dia vou perceber o amor, as crenças e a religião, a amizade, a mentira e a verdade, a sinceridade, o ódio e a empatia, a honestidade, a ternura e a simpatia, a raiva e a frustração, a vergonha e a ambição, a mágoa, a maturidade e a humilhação, o receio, a liberdade e a ilusão, o optimismo, o tédio e a traição, a euforia, a solidão e a cumplicidade, a justiça, a união e a saudade, o desejo, a vaidade e o orgulho, a esperança, a ingratidão e a indiferença, o desânimo, a simplicidade e o prazer, a lealdade, a serenidade e a melancolia, a lassidão, a versatilidade e a negação, a tristeza, a ansiedade e a compreensão.

Um dia vou perceber o mundo, as pessoas que o povoam, as culturas, as razões, os porquês, a sociedade, os sonhos, a vida, a morte, enfim, a humanidade.

Hoje não é o dia.