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3 de junho de 2012

(Re)descobertas

Hoje conheci o já conhecido. Uma descoberta utópica, intrigante, banal, ridícula. E é este carácter insuportável, raivoso e estúpido que provoca a desmaterialização de uma questão dogmática, aceite sem fundamento. 
É quando me apercebo da volatilidade das (in)certezas que concluo - a mente humana é deveras insolente. 

31 de agosto de 2011

Crescer

Odiava a noite. Era um castigo ter que adormecer. Por isso, lavava os dentes e a cara muito calmamente e tomava um copo de leite quente para ter a sensação falsa de conforto e de segurança. Antes entrar na cama, espreitava para debaixo da mesma. Olhava cautelosamente para todo o espaço circundante. Acreditava piamente que quem provocava todas as coisas más eram monstros que se escondiam debaixo da cama das pessoas. Após uma exaustiva verificação, deitava-se e enroscava-se muito bem nos cobertores para se sentir protegido. No entanto, ficava estarrecido a olhar para a janela e para as sombras que as árvores faziam espontaneamente assim que o vento soprava. Adormecia por exaustão e, nos seus sonhos, estava a salvo. Não havia maldade, nem monstros, nem revoltas. Havia apenas um universo paralelo tecido pela ilusão e pela inocência de quem ainda teve pouco tempo para explorar o verbo "viver".
Tudo isto acabou quando ele finalmente percebeu que os monstros não moram debaixo das camas.
Moram dentro de nós.